Já que hoje voltamos a ter o feriado da independência nacional, que poderemos dizer da transformação do Palácio do Barão de Quintela, em catedral da restauração, chamando-se agora "Palácio do Chiado", sem qualquer alusão na frontaria acerca da primeira invasão francesa (1807-1808), pois foi ali que Junot se instalou e "ficou a ver navios", "comendo à grande e à francesa"...
Todos os presidentes da Câmara Municipal de Lisboa, de esquerda e de direita foram omissos em relação à História da cidade e do País, que passou por ali.
Leiam Rui Cardoso e Teresa Caillaux de Almeida, é uma recomendação que faço àqueles que se contentam em lamber os sapatos dos autarcas, por serem de um partido, pondo likes como carimbos...
A humildade desapareceu e certas pessoas transformaram-se em autómatos do aplauso, sem espírito crítico.
Com Cesário Verde sucede algo semelhante. As marchas de Lisboa falam das varinas de Cesário, mas muitos dos vereadores nunca leram o Poeta.
País de Ignorantes que festejam a transformação do Palácio em sete áreas de restauração, inclusivé o sushi. Agrada-me que um edifício de valor histórico saia do esquecimento e seja requalificado, mas neste caso não se lembraram de colocar um daqueles marcos, que evocam a história, o espírito do lugar.
A Memória e a História da cidade são desprezados todos os dias e estou-me nas tintas para quem não me considera cool. Aos que ficam agoniados com a minha prosa aconselho experimentarem levando onde levam as galinhas...
Luís Filipe Maçarico
2 comentários:
Num país, que faz a apologia do turismo como fonte de receita e de criação de emprego, continua-se com a destruição das identificações histórico-patrimoniais em sentido inverso aos que preservam e recuperam a todo o custo essas identificações para que a história se cumpra. Somos pequenos em tudo!
Descobri a historia no próprio site do estabelecimento !
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