Este Verão ardeu e continua a arder um território florestal extenso, que põe em causa de forma gritante, todas as discursatas e explicações dos responsáveis governamentais. Mas ninguém fica imune: autarcas, dirigentes dos bombeiros e população.
Para quando o efectivo combate à inércia? Dos proprietários, que não limpam a floresta, do povo que contribui para sujar, da ineficiência e falta de formação das equipas de socorro.
Morrem ou ficam feridos bombeiros, os prejuízos são monstruosos, a perda ambiental é desmesurada e continuamos a escutar os mesmos argumentos que já escutámos aos anteriores ministros dos governos de Santana Lopes (que até escreve artigos a dar conselhos acerca deste assunto) e José Sócrates, e ontem foram repetidos por Miguel Macedo, o ministro de Passos Coelho para esta problemática.
Noutros tempos, amava-se a árvore, símbolo de vida e de protecção ao Homem.
Hoje, odeia-se a mesma árvore, por incultura e selvajaria. São dezenas, os anormais presos pelo delito da piromania. Que destruíram pomares, animais, pessoas.
A maioria actual da Assembleia da República, tão preocupada em legislar acerca da extinção de feriados emblemáticos e constitutivos da Nação, ou sobre as quarenta horas na Função Pública e todo o cortejo de medidas punitivas para os funcionários, transformados em bode expiatório de uma crise originada pela corrupção de politiqueiros cavaquistas, é permissiva na aplicação de castigos exemplares aos incendiários.
Sei que vou chocar, mas em certos países islâmicos, quem rouba ou pratica danos terríveis como este, é sentenciado de forma drástica, que não estimula a imitação: Mão cortada!
Para grandes males, grandes remédios, diz um provérbio.
Não sendo adepto de tais sentenças, não posso contudo aceitar que se prenda e se solte, quem foi visto a pegar fogo à floresta, por legislação insuficiente, frágil, dúbia ou falta de provas.
Cada ano que passa, o massacre é maior. Não me venham com estatísticas ridículas, a meio do Verão afirmando que a área ardida é menor, para logo a seguir a realidade desmentir esses números.
Façam qualquer coisa para evitar este pesadelo! Todos!
Texto de Luís Filipe Maçarico. Foto: Recolhida na Net (Jornal i online.)
1 comentário:
O pesadelo do Verão devia ser prevenido no Inverno. Quando eu era menina, e eu morei "entalada" entre um rio e um pinhal, nunca me lembra de um incêndio no pinhal. Porque o meu pai e outros habitantes do lugar, cortavam os ramos baixoa e punham a secar para terem lenha, apanhavam a caruma e as pinhas secas etc. No Verão com o calor muitas vezes se ia assar e comer as sardinhas no pinhal. Sem problemas.
Há pouco tempo atravessei o pinhal até ao rio, e encontrei de tudo por lá. Alem da caruma, e os tojos
secos, havia colchões rotos, sofás partidos, televisões avariadas, banheiras enferrujadas,carpetes velhas, uma panóplia de coisas que gente sem consciência lá vai abandonar e que e que em caso de incêndio serão como gasolina, já que grande parte daquelas coisas são à base de petróleo, portanto altamente inflamáveis.
Um abraço e bom fim de semana
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