José Mário Branco acompanhou-me desde a adolescência, quando os jovens da minha idade se afligiam com o cutelo da Guerra Colonial.
As suas canções foram luz para a minha caminhada, questionando o Abril que faltou fazer, a manipulação capitalista disfarçada de democracia (burguesa).
José Mário Branco, nesta partida que todos temos de cumprir deixou-me substancialmente mais pobre, pois estamos a passar da geração da memória para a geração do imediato.
Tempo de vazio, em que basta um like ou um dislike para cada um achar que fez o que devia. Tão longe da cidadania. Tão longe da escala humana.
A tecnologia vai devorar-nos, se não surgirem artistas que ponham tudo em causa. Vejo à minha volta, ao contrário do percurso dele, um punhado de jovens zombies a rimar amar com chamar e velhos que alinham em indizíveis misérias mentais talvez porque a Morte se aproxima, renegando o que defenderam ao longo da vida.
Cobardes, que ajudaram a tornar os nossos dias (em todo o planeta) na empantufada submissão aos ditames dos poderosos, aplaudindo progressos e desenvolvimentos dos quais nunca beneficiarão.
Os traidores estão infiltrados em todos os lugares. Oxalá a História evidencie os seres resistentes (e coerentes) como José Mário Branco. Eh Companheiro!...
Luís Filipe Maçarico
Olá Luis.
ResponderEliminarFiquei muito triste com esta partida. Apesar de as músicas dele não serem da minha geração (nasci em Dezembro de 74), sempre vivi a conhecer e a procurar músicas e textos de outros para entender o que se passou com este nosso Portugal antes de eu nascer!
Um abraço
Sandra C.
bluestrass.blogspot.com