terça-feira, junho 14, 2005

Álvaro


Em Baleizão, disseram,
o teu nome é o sabor
da terra.

Procuram por ti
em cada cristal de sol
e o sol arde
no silêncio desmedido
do Alentejo.

Perguntam por ti
entre punhos e
papoilas. Vêm da memória
do tempo: ceifeiras
camponeses vozes acesas
e chamam por ti.

Nas casa nos largos
no sangue nas sílabas
florescem.

Na cal de Junho
ao sul do mundo
repetem o teu nome
e respiram.

Lisboa, 14-6-2005

Luís Filipe Maçarico

(desenho de Álvaro Cunhal) Posted by Hello

4 comentários:

  1. Morreu o político, mas ficou a obra... Ficaram os desenhos a ficção e as lutas ganhas... Este homem se não tivesse dado a vida à política teria sido um dos melhores artistas plásticos e escritores do país! não tenho dúvidas!

    ResponderEliminar
  2. O Homem morre, a obra fica.

    Belo o teu poema...

    Um abraço

    ResponderEliminar
  3. Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

    ResponderEliminar
  4. Brecht escreveu:
    "Hay hombres que luchan un día
    Y son buenos.
    Hay otros que luchan un año Y
    son mejores.
    Hay quienes luchan muchos años
    Y son muy buenos.
    Pero hay los que luchan toda la vida:
    Esos son los imprescindibles."
    Desapareceu o homem mas a sua obra não morrerá. Ficará para sempre no coração dos portugueses.
    Os teus poemas são muito belos.
    Um beijo

    ResponderEliminar