"Um Barco atracado ao cais é sempre um sonho preso"

segunda-feira, agosto 10, 2009

Santarém: Património Maltratado ou Entaipado








Fui à procura das minhas memórias de Santarém: Encontrei azulejos arruinados, batentes de porta rodeados de abandono, muralhas seculares abalroadas por cinturas de betão, para não se esbarrondarem no precipício, o café Central (onde quando eu era tropa, ia com os camaradas da recruta gozar as horas livres) fechado a cadeado, a cidade entaipada por obras eleitorais, pois as Portas do Sol estão encerradas desde Setembro de 2008, prevendo-se a sua reabertura em fins de Agosto. Também o Jardim da Liberdade, em frente do antigo Destacamento de Cavalaria, está cercado de taipais, desde Março de 2008, supondo-se que em Outubro, mês eleitoral, seja inaugurado o novo espaço.
Agradou-me, contudo, haver uma vasta zona pedonal, que estimula a descoberta da cidade possível, que felizmente ainda é muita.
Mas disso falarei em próximo post.

Luís Filipe Maçarico (texto e fotos)

sábado, agosto 08, 2009

RAÚL SOLNADO




A vida deste português foi tão rica, que as palavras só conseguem dizer: Obrigado por todos esses dias, em que a tristeza de vivermos num país asfixiante se tornou menos insuportável, por causa das gargalhadas que provocou.
Só por isso valeu a pena viver.

quinta-feira, agosto 06, 2009

JOSÉ DO CARMO FRANCISCO SOBRE CADERNOS DE AREIA


Extraído do blogue ASPIRINA B, transcrevo um texto de JOSÉ DO CARMO FRANCISCO sobre CADERNOS DE AREIA

«Cadernos de areia» de Luís Maçarico

Os poemas deste livro de 50 páginas forma escritos na Tunísia entre 1991 e 2007 e poderiam estar reunidos sob o título de «Entre terra e mar». De facto no primeiro poema (Le Kef) o autor afirma «A terra canta» e no último (Amina) regista «O mar é uma incógnita…» Entre os dois discursos (inicial e final) fica o método: «E os dias derrama-se / no caderno de versos».

Mas os poemas, para o serem de facto, não podem ser apenas registos dum olhar («Entre dunas e olivais») sobre a Natureza. Há, na sua respiração, um diálogo com as História, o mesmo é dizer com a Cultura: «Escutarás o velho mar / onde Ulisses viu sereias / sozinho no areal / saboreando a divina carícia / do silêncio».

A autobiografia também é convocada; nascido em Évora (1952), o poeta exclama: «Tudo me diz que estou longe / mas não é verdade! / O deserto sempre foi o lugar / da minha infância!» Entretanto o poema é, acima de tudo o mais, o lugar dos outros: «Quem são? Gente onde a / terra em brasa crepita / para florir nos olhos de fogo / Passam como nuvens / parecem a impetuosa / corrente de um rio / ansioso por chegar à foz / mas que se perde / na aridez dos caminhos / da sede».

Entre o «eu» e o «Mundo», o poema liga de novo o que o «Tempo» separou: «Guardo o breve aroma / da efémera flor / do destino. Sei que o tempo / evapora jasmim e rosa. / Os passos no oásis / ainda há pouco já são / memória. Atravesso / nuvens. Transporto / visões, silêncios, sedes, / um deserto de afectos / e um chá de estrelas / para acordar sem mágoa…»

(Edição de autor, Design e grafismo: Marta Barata, Apresentação: Ana Machado)

terça-feira, agosto 04, 2009

segunda-feira, agosto 03, 2009

LUGAR AO SUL, DE RAFAEL CORREIA




Três alentejanos, três histórias de vida. O pescador, o carpinteiro e o músico...

Rafael Correia percorreu durante décadas este sul repleto de sabedoria, identidade e memória, ouvindo mulheres e homens com cantigas, poemas, lendas e receitas que acompanharam gerações.

O programa radiofónico, da Antena Um "Lugar Ao Sul", que podíamos saborear todos os sábados de manhã e nas madrugadas de segunda feira (agora mesmo são 01:10 e está a passar a repetição do programa que foi transmitido na manhã de sábado passado) terá acabado. Ouvi esta notícia no dia 1 do corrente, pela boca do Provedor do Ouvinte, Adelino Gomes e fiquei triste, embora saiba que a própria vida é efémera.

Fica então aqui uma singela homenagem a essa magnífica recolha do património oral, que deliciou quem como eu gosta de escutar os velhos, os seus versos e as estórias que só eles conhecem e sabem contar como ninguém.

Bem Haja, Rafael Correia, por essa magnífica recolha e... até sempre!

Luís Filipe Maçarico (texto e fotografias - realizadas no concelho de Mértola)

domingo, agosto 02, 2009

Françoise Hardy - L'Amitié




L'amitié
(Paroles: Jean-Max Rivière. Musique: Gérard Bourgeois 1965 © 1965 - Disque vogue )

Beaucoup de mes amis sont venus des nuages
Avec soleil et pluie comme simples bagages
Ils ont fait la saison des amitiés sincères
La plus belle saison des quatre de la terre

Ils ont cette douceur des plus beaux paysages
Et la fidélité des oiseaux de passage
Dans leurs cœurs est gravée une infinie tendresse
Mais parfois dans leurs yeux se glisse la tristesse

Alors, ils viennent se chauffer chez moi
Et toi aussi tu viendras

Tu pourras repartir au fin fond des nuages
Et de nouveau sourire à bien d'autres visages
Donner autour de toi un peu de ta tendresse
Lorsqu'un autre voudra te cacher sa tristesse

Comme l'on ne sait pas ce que la vie nous donne
Il se peut qu'à mon tour je ne sois plus personne
S'il me reste un ami qui vraiment me comprenne
J'oublierai à la fois mes larmes et mes peines

Alors, peut-être je viendrai chez toi
Chauffer mon cœur à ton bois

Charles Aznavour para dar os Parabéns à Ana