"Um Barco atracado ao cais é sempre um sonho preso"

sábado, agosto 02, 2008

Parabéns ANA!


Daqui a dois meses sou eu que atinjo a tua bela idade. Chegámos todos aqui, porque somos magníficos! Enfrentámos tanta coisa, mas continuamos a respirar e a sonhar.Saravá! Hossana! Aleluia!
Beijos

sexta-feira, agosto 01, 2008

Youssef Chahine: Al Massir (O Destino)






Youssef Chaihne, realizador egípcio, morreu esta semana. Quando realizou o filme AL MASSIR (O DESTINO), disse que ele "ataca os poderosos, que pretendem controlar o pensamento". E deixou no próprio filme esta frase: "O pensamento tem asas. Nada pode deter o seu voo."

A película, que passou no King há dez anos e teve o prémio dos 50 anos do Festival de Cannes, é um libelo contra o fundamentalismo.
Averroes, o filósofo e Al Mansour, o califa de Granada são duas das personagens centrais da trama, que é uma co-produção egípcia, francesa e espanhola.
A coreografia, as imagens belíssimas dos palácios e das paisagens, bem como o desempenho dos actores, fazem-me recomendar vivamente que se conheça ou reveja esta obra-prima.
http://www.comlive.net/Musique-Ou-Chanson-De-Film-Arabe,158181,40.htm

Oiçam a música de AL MASSIR, a partir deste link, clicando em Mohamed Mounir - 3ally sotak e espero que se deliciem. Bom fim de semana para os que vão passar o Verão a trabalhar, Boas Férias, para aqueles que têm mesmo de fazer o seu repouso anual nesta época do ano.
LFM

segunda-feira, julho 28, 2008

Rita, Ditosa Filha de Tristão e Cidália, Arcoenses, Meus Amigos






Conheço-a desde criança.
Este ano, a Rita vai estudar engenharia, começando um curso universitário, muito desejado.
A Rita é repórter da Casa do Concelho de Arcos de Valdevez, anda a aprender a tocar concertina, dança no rancho daquela casa regional, e, apesar de não ter nascido na terra dos pais (ver primeira fotografia) é uma entusiasta da etnografia, não perde pitada da sabedoria dos idosos minhotos com quem se cruza nas suas pesquisas, é uma rapariga deste tempo, alegre, inteligente, semeadora de gestos e ideias que deixam os que a rodeiam envolvidos em sonhos de fazer cada dia melhor. Há uma nova geração a mostrar que juventude rima com conhecimento e partilha luminosa.
Comecei por a ver, trazida pelo Tristão e pela Cidália, nos lançamentos dos meus livros de poesia. Ela vinha ter comigo, muito compenetrada, pedindo-me um autógrafo. Segundo os pais, desde miúda que gosta bastante de ler e escrever.
Fico feliz, por saber que várias crianças, da Raquel Guerreiro, agora Raquel Tavares, que um dia, na Festa das Colectividades ocorrida na piscina dos Olivais, me recitou um verso que fizera, após ouvir-me falar da Tunísia, na Biblioteca da Penha de França, onde ela e os meninos do Vale Escuro tinham ido...("O poeta/Foi à Biblioteca..."), passando pelo Flávio Gil, jovem actor de Teatro, que igualmente assistiu a lançamentos de livros meus...todos eles então ainda crianças, absorveram, entre muitos escritores lidos, as minhas palavras e agora estão a desenhar dias promissores, escrevendo, cantando, dançando, representando, são aplaudidos pela Comunidade, que os viu nascer.
A vida de um poeta, se mais não valesse, resgata-se com estas estórias e outras.
Abençoados pais (e ADN) e respectivos valores, que proporcionaram a estes jovens um futuro alicerçado na sensibilidade, nas tradições, na criatividade.
É bom estar vivo para ver estes jovens ter sucesso. Parabéns Portugal, por estes filhos ditosos!
Luís Filipe Maçarico (texto e fotos)

domingo, julho 27, 2008

A Aldraba na Vala Real da Azambuja

















A associação Aldraba promoveu mais um encontro, desta vez no Ribatejo - Azambuja.
O Tejo foi o grande cenário da principal: um passeio pela Vala Real, tendo o olhar sido primordial no desfrute da paisagem, tão especial, que os intervenientes, de tão surpreendidos, pelo muito que haviam descoberto, no final fizeram chegar à direcção o júbilo e o aplauso pela escolha daquele pedaço mágico do concelho azambujense para a partilha patrimonial.
O começo foi diante do velho Paço em ruína, depois de muito navegar, com margens que lembravam o Rio Novo do Príncipe, em Cacia, que é o nome que os locais dão ao Vouga na região vareira, parou-se num mochão (ilha do rio Tejo), onde alguns nadaram praia fora e visitou-se, sob um sol abrasador, a vegetação.
O almoço foi no Escaroupim, onde se visitou uma casa palafítica, tão bem retratada em Alves Redol (Avieiros, p. ex.).
O restaurante é muito recomendável, com uma gastronomia que merece rasgado elogio e também pelo serviço impecável, com doses simpáticas, temperos divinos, pela imensa delícia que se sente, degustando sabores ancestrais. E já agora, pelo próprio espaço, que proporciona uma vista envolvente sobre o canal...
Após o regresso ao Paço Real, conheceu-se o imenso espólio do Museu da Azambuja.
Agradecimentos aos mestres José Manuel e Tomás, da embarcação, às Dras Maria João e Joana Mendes do município local, pela gentileza e sabedoria.
Luís Filipe Maçarico (Fotos e texto)

quinta-feira, julho 24, 2008

Metáfora


Somos recipientes para a luz e a sombra que nos bebem, em cada ciclo do quotidiano.
Somos corpos que procuram a paz e encontram na caminhada uma cavalgada de escolhos.
Somos o frágil barro que o mistério vira e quebra, no instante seguinte.
Mas resistimos, com um olhar expectante, com uma recusa de adeus.
Amanhã enfrentamos nova alvorada, outro crepúsculo, até o hábito dar lugar a outra palavra, outro silêncio...
LFM

domingo, julho 20, 2008

Queda na Passadeira, em Alcântara





Uma destas manhãs, a caminho do trabalho, ao atravessar a passadeira em Alcântara, caí sobre o empedrado do passeio, como se tivesse dado um salto mortal para dentro de uma piscina.
O piso anda escorregadio, gordurento (contaram-me que as cervejarias lavam os contentores na rua, expelindo detritos, o que provoca quedas constantes) e a Câmara Municipal de Lisboa não lava as ruas.
E como se não bastasse, o lancil está destruído, como as fotografias evidenciam... Só podia cair perante tanta incúria... e como não possuo motorista à porta e tenho de usar o passe social para chegar a qualquer lugar da cidade...
Num país civilizado, não teria pago os balúrdios que tenho gasto na farmácia e na ida ao médico...
Mas, como vivo neste sucedâneo de Marrocos, valha-me ao menos ser gordo, pois na queda, apesar de ficar bastante dorido, nas costelas flutuantes, e de ter de tomar antibiótico, a "almofada" corporal protegeu-me de perigos maiores.
Em nota final, registe-se que fui auxiliado por dois toxicodependentes, que demonstraram grande humanismo!
À atenção da Junta de Freguesia dos Prazeres, para que mova as suas influências, no sentido de ser reparado o lancil, lavado o piso e vigiadas as tentações de deixar na rua impurezas e detritos, provenientes da actividade das marisqueiras.
Aliás, o cheiro local passou a ser de marisco podre.
Quem tiver dúvidas, passe por lá.
Luís Filipe Maçarico

sábado, julho 19, 2008

Eduardo, Carolina, Baltazar e Tiago: Os Nomes de Uma Noite Mágica




Eduardo Ramos participou novamente na animação do Museu Nacional de Arqueologia, agora aberto às quintas à noite (durante o Verão). A sala onde o evento decorreu é um espaço espantoso, tecto de madeira a lembrar os tectos dos palácios do Magreb, janelas ogivais, enfim, uma ambiência propícia a artistas como o Ensemble Moçárabe, grupo que acompanhou o músico alentejano radicado em Silves.
O concerto teve grande energia dos executantes, com especial destaque para Carolina Ramos, que dançou muito aplaudida, causando impacto pela técnica que imprime à sua performance.
Eduardo Ramos cumpriu com mestria e ritmo a interpretação de melodias suas e tradicionais, exibindo vários conhecimentos, nomeadamente na execução da zukra e da flauta indiana, além do inseparável adufe, companheiro de tanta magia descoberta e partilhada.
Sabemos que tocou dias antes para o Aga Khan. O secretário de Estado da Cultura assistiu ao concerto nos Jerónimos. Parabéns, Eduardo, Carolina, Baltazar e Tiago!
LFM