"Um Barco atracado ao cais é sempre um sonho preso"

terça-feira, julho 31, 2007

Francisco Colaço e a Personalidade de João Gonçalves Carrasco




Partilho este Mail enviado por Francisco Colaço:
"Que bela jornada! O calor humano irradiado por todos quantos comungaram essa singela, mas tão significativa homenagem prestada ao poeta e exemplar cidadão que foi João Gonçalves Carrasco representou a frescura de que necessitávamos para combater o calor tórrido que se fazia sentir ontem à tarde. Não sei se exprimo bem aquilo que senti, que todos sentimos!
Foi muito gratificante para mim ter partilhado esse sentimento que se gerou à volta da memória daquela personagem tão singular. Os testemunhos daqueles que quiseram partilhar connosco o seu sentimento em relação ao homenageado foram de uma extraordinária grandeza e de valor humano que não se vive todos os dias.

Ontem à noite fui a casa do Luís Bartolomeu entregar-lhe o livro, tendo ficado muito sensibilizado pela lembrança e lamentou não ter ido. Já hoje estive com o João dos Santos, irmão do Zé Soares, a quem eu tinha desafiado para ir comigo. Só podia fechar a oficina a partir da 1 hora. (Isto aos 80 anos!). Ele podia enriquecer a sessão, pois é um bom recitador. E a sua poesia tem uma grande profundidade social. Para que recordes envio-te em anexo o poema do "Velho mineiro", que ele declama de cor com grande sentimento. Calcula que nesse nosso breve encontro ele o fez quando lhe estava a relatar a jornada de ontem.

No regresso a casa, no trajecto entre Entradas e Carregueiro, ainda tive tempo de fotografar esse cenário do amalhar de milhares de garças nesses eucaliptos. é um espectáculo impressionante. Esse cenário transporta-nos a paisagens africanas. A luz era muito fraca, pois o sol já desaparecera, o que dificultou a fotografia. Tenho que lá voltar um pouco mais cedo.
Um grato abraço do"

Francisco Colaço (texto e fotos)

segunda-feira, julho 30, 2007

A Aldraba no Pragal: Migrações dos Alentejanos em Análise




O IX Encontro da Aldraba, decorreu ontem, domingo, no Centro de Dia da Alma Alentejana do Pragal. As antropólogas Ana Durão Machado e Inês Fonseca abordaram as migrações dos alentejanos.
O Património e a Identidade, presentes no Cante dos "Amigos do Alentejo", do Clube Recreativo do Feijó (tema da tese de mestrado de Ana) e na reconfiguração das aldeias, como Aivados e Esperança (assuntos estudados por Inês), bem como a problemática do associativismo, reflectida por Joaquim Avó, mereceram amplo e animado debate.
Após o almoço, um artesão, Rosa Dias e as Cantadeiras da Alma Alentejana trouxeram a poesia e a memória dos trabalhos rurais, espelhada nas palavras, nos trajes e nos objectos.
Simples mas profundo, o evento reuniu cerca de 30 participantes, ou seja foi uma aposta conseguida. Foi igualmente apresentado no Encontro o nº 3 da revista "Aldraba".
Fotos de Luís Maçarico e António Brito

domingo, julho 29, 2007

Nazaré e Joaquim Avó



Chamam-se Nazaré e Joaquim Avó. Animam de forma marcante a associação de alentejanos que contribui para o bem estar espiritual e físico daqueles que envelheceram longe do seu Alentejo.
Os cabelos brancos não são apenas devido à idade...
Os obstáculos, as preocupações, algumas pessoas que não se envolveram de forma intensa com o sonho, para construir a bela realidade que é hoje a Alma Alentejana, contribuíram certamente para coroar a cabeça, destes dois associativistas, com a prata da vida.
Ontem apareceram em Santana de Cambas, vindos de uma feira de artesanato em Nisa (300 km) e ainda foram para um colóquio na Trafaria. Hoje, abriram as portas do Centro de Dia do Pragal, para receberem o IX Encontro da Aldraba e a Nazaré fez um cosido de grão inolvidável.
Esta é a minha maneira singela de lhes agradecer a fraternidade!
Texto e Fotos de LFM (Alte, 30-11-2006)

O Melhor Património, As Pessoas










Com uma temperatura superior a 40 graus, dezenas de habitantes e de amigos de Santana de Cambas participaram no lançamento do livro de João Gonçalves Carrasco "Fui Camponês, Fui Caixeiro". Para lá das intervenções anunciadas, nomeadamente da filha do homenageado, Maria Júlia Carrasco, um dos pontos altos do evento foi a tertúlia com aqueles que quiseram deixar o seu testemunho.
Santana de Cambas está uma vez mais de parabéns, pela forma como a autarquia local honra o melhor património que são as pessoas e as suas memórias.
Com várias associações presentes e um público com uma boa componente de jovens, a iniciativa do presidente da junta José Rodrigues Simão deixou boa lembrança e fica para a história da terra como um momento importante.
Texto e fotos de LFM

quinta-feira, julho 26, 2007

"FUI CAMPONÊS, FUI CAIXEIRO"


No próximo sábado dia 28 de Julho, pelas 16 h 30m, no edifício da Junta de freguesia de SANTANA DE CAMBAS (MÉRTOLA), será apresentado o livro de JOÃO GONÇALVES CARRASCO "FUI CAMPONÊS, FUI CAIXEIRO", com a presença de MARIA JÚLIA CARRASCO E TOI CARRASCO (FILHOS), LUÍS FILIPE MAÇARICO (AUTOR DA INTRODUÇÃO), Engº JOSÉ ALBERTO FRANCO, presidente da Aldraba - Associação do Espaço e Património Popular (que dará conhecimento de um texto da Antropóloga ALEXANDRA LEANDRO, acerca do autor) e do PRESIDENTE DA JUNTA DE FREGUESIA DE SANTANA DE CAMBAS, entidade que edita a obra, JOSÉ RODRIGUES SIMÃO.
Lembramos, para quem vier de Lisboa por Mértola, que deve atravessar a ponte do Guadiana, a seguir às bombas de gasolina, no início da localidade, seguindo como se fosse para Serpa, virando à direita, onde diz Pomarão, antes de Moreanes. Quem utilizar a estrada que vem de Serpa, deverá virar à esquerda, a seguir a Moreanes, seguindo pela estrada do Pomarão...
A VOSSA PRESENÇA SERÁ MUITO ENRIQUECEDORA! NÃO FALTEM A ESTE CONVÍVIO!
(NOTA: Este é o Post nº 600!)

quarta-feira, julho 25, 2007

A PISCINA DOS OLIVAIS FAZ HOJE QUARENTA ANOS


MEMÓRIA DA PISCINA DOS OLIVAIS E DOS ARQUITECTOS ANÍBAL BARROS DA FONSECA E EDUARDO PAIVA LOPES

Completam-se hoje, dia 25 de Julho, quarenta anos sobre a inauguração da Piscina Municipal dos Olivais, a primeira que existiu na cidade de Lisboa com características olímpicas, e durante a qual foram batidos 12 recordes nacionais, sobressaindo uma atleta moçambicana - Dulce Gouveia.
Mário Simas, antigo nadador internacional e olímpico, recordista e campeão nacional, efectuou o percurso inaugural.

Grandes provas da natação internacional e atletas de renome utilizaram aquele espaço desportivo da cidade, conferindo-lhe um brilho e uma festividade que permaneceu no imaginário de homens como Paulo Frischknecht, o actual presidente da Federação Portuguesa de Natação.
O Torneio das Seis Nações decorreu pouco tempo após a abertura, com vantagem para a equipa de nadadores espanhóis.
Das últimas iniciativas mais retumbantes que ali aconteceram, evidencia-se a III Festa das Colectividades de Lisboa, em 1998, com uma exposição e fados, entre outras actividades, nomeadamente desportivas.

Os dois arquitectos que conceberam o projecto da piscina municipal dos Olivais, Aníbal Barros da Fonseca e Eduardo Paiva Lopes, destacaram-se ainda pelo conjunto arquitectónico do Hotel Lutécia, Cinema Vox e Teatro Maria Matos.

Aníbal Barros da Fonseca foi também, com o arquitecto Rodrigues Lima, autor dos emissores de Monsanto, Montejunto e Coimbra (Lousã) da Radiotelevisão Portuguesa e de lojas para venda de televisores, nomeadamente na Praça de Londres.

Eduardo Paiva Lopes, em parceria com o arquitecto Manuel Silva Fernandes, recebeu o prémio Valmor de 1985, pelo edifício de escritórios do Banco Crédit Franco - Portugais.
Na acta da atribuição do galardão, o arquitecto Sousa Martins distinguiu o imóvel enquanto “projecto de qualidade” e o arquitecto Antero Ferreira considerou-o “uma obra de força arquitectónica, que impõe uma presença, harmoniza os contrários que estão à sua volta.”

Estranha-se pois que o “Dicionário dos Arquitectos activos em Portugal do Século I à actualidade”, de José Manuel Pedreirinho, tenha omitido a actividade dos dois conceituados autores, até porque dentro dos critérios de selecção, “em termos geográficos serão mencionados aqueles que se tem conhecimento terem trabalhado em Portugal” (Op. Cit., 1994, p.9). Não obstante, em 2003, no volume “100 Anos Prémio Valmor” o autor assinalou a distinção atribuída a Paiva Lopes.

Segundo a arquitecta Helena Roseta, estes homens “desempenharam um papel significativo na cultura portuguesa num período político em que o imobilismo era real”, considerando que a piscina dos Olivais se insere num contexto de piscinas de “referência para os arquitectos e para as populações”, como a do Campo Grande, de Keil do Amaral e a do Areeiro, de Alberto José Pessoa. Todas elas “foram executadas com um cuidado extremo, quanto à funcionalidade, à articulação com as artes plásticas e à pormenorização construtiva que revelam a destreza e inteligência da arquitectura produzida no país durante a década de 60.”[1]

Estando a desenvolver um estudo sobre o Complexo Desportivo dos Olivais, onde a piscina de Barros Fonseca e Paiva Lopes se insere, pareceu-me interessante assinalar a data da sua inauguração e registar alguns factos marcantes do percurso dos dois criadores.
Importa acrescentar que este Complexo Desportivo se encontra em fase de requalificação, para responder com eficácia às exigências da vida actual. Prevê-se que o reinício da actividade, possa assinalar um novo e profícuo período na existência daquele espaço desportivo da cidade.

Lisboa, 19-7-2007

LUÍS FILIPE MAÇARICO
(Antropólogo)

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

FONTES IMPRESSAS

Imprensa da época: “A Bola”, “Diário de Lisboa”, “Diário de Notícias”, “Diário Popular”, “O Século”, “Record”, “República”, "Mundo Desportivo"
Revista Binário, nºs 17 de Fev. 1960 e 135 de Dez. de 1969.

LIVROS E FOLHETOS

AVV (2004) “Lisboa Prémio Valmor”, Câmara Municipal de Lisboa/pelouro de Licenciamento Urbanístico e Reabilitação Urbana.

AAVV (2003) “Património Moderno Arquitectura Moderna Portuguesa 1920-1970”, IPPAR/Ministério da Cultura.

AAVV (1997) “Arquitectura do Século XX Portugal” edição Pelouro de Cultura e Tempos Livres/Departamento para a Ciência e Arte do Município de Frankfurt em Main, Deutches Architektur - Museum e Portugal – Frankfurt 97.

AAVV (1994) “Anos 60 Anos de Ruptura Arquitectura Portuguesa nos Anos Sessenta”, Livros Horizonte/Lisboa 94.

BORGES, França (1967) “Inauguração da Piscina Municipal dos Olivais”. Edição da Câmara Municipal de Lisboa

PATRONI, Hermano (1983) “Contributo para a História da Natação em Portugal”, edição Associação Portuguesa de Treinadores de Natação.

NUNES, João Pedro Silva (2007) “Arquitectura e Urbanismo à Escala Humana. Planeamento Urbano e Arquitectura de Habitação em Olivais Sul (Lisboa, 1959-1969)”, Câmara Municipal de Lisboa.

AGRADECIMENTOS:
Catarina Barradas, Dra Fátima Coelho e Paula Mendes.

FOTOGRAFIA ( O jovem nadador Paulo Frischnechkt no pódium da Piscina dos Olivais) DE: Ana Paula Filipe Piedade Pedro
[1] Fonte: Ordem dos Arquitectos.

terça-feira, julho 24, 2007

NOTA ESTIVAL


Não há mesmo pachorra para a demagogia dos ministros e para a imbecilidade das maiorias que os meteram lá, peregrinando de shopping em shopping, entre o jipe desmesurado, que lembra carros funerários e a moto de água, poluidora das praias com a arruaça, o ruído e o óleo na água...

Este país está cada vez mais parecido com um vómito.

Que nome dar a este hospício dos ladrões de sonhos?