domingo, fevereiro 07, 2010

Partilharei sempre o que é belo contra o ódio e o medo


Recentemente recebi de novo um mail intitulado a Religião da Paz, que vomita ódio ao Islão.
Respondi às diversas pessoas que mo repassaram, desta maneira:

"Já recebi este mail um milhão de vezes.
Preocupa-me muito mais que o sr. Provedor da Justiça mande arquivar dossiers, que juízes dizem ser provas de corrupção e que o sr. Presidente do Supremo não saiba definir se há muita corrupção ou não.
Que muitos se tenham reformado aos 45 e aos 50, com chorudas reformas e sejam ministros, secretários de estado e gestores de empresas.
Que os funcionários públicos não tenham auferido qualquer aumento, depois de terem estado 7 anos a pagar a crise, velha comó Constantino.
Que o presidente da República evite pronunciar-se sobre a situação do País e esteja mergulhado em optimismo e esperança.
Que o primeiro ministro e o ministro das finanças se considerem Messiânicos: ou eles ou o caos.
Que muitos tugas ainda tenham votado neles.
Que a televisão em Portugal seja a merda que é.
Que haja censura nos jornais.
Que tenhamos mais de 500 mil desempregados.
E que haja quem diga que o sucedido no Haiti possa estar relacionado com experiências subterrâneas (explosões) provocadas pelos americano, que mandaram para aquele pobre sítio do Mundo 20 mil marines (porquê? só para ajudar?). Dizem ainda esses que enviaram tal insinuação sob a forma de mail, que o terramoto teve a dimensão de 1755 aqui (que na altura afectou até Marrocos) estranhando que não tenha prejudicado a Rep. Dominicana e Cuba, "apenas" destruíndo brutalmente num raio de 50 km.
Que os EUA tenham levado a paz e a bem aventurança ao Iraque...
Que os mesmos estejam dispostos a aceitar talibans no Afeganistão, desde que estes assinem um papel a dizer que Bin Laden é mau, até poderão concorrer às futuras eleições naquele lugar do Mundo.
Preocupa-me de facto que Portugal esteja lá.
E também que Berlusconi diga que Israel deveria integrar a União Europeia (aí sim, seria assustador, pois é um país que atrai violência em vez de paz e lá ia a União Europeia toda para uma nova, ampliada guerra)
Preocupa-me, sim, que o FMI anseie meter aqui a pata, devido aos corruptos que deixaram Portugal de rastos.
E a lista seria interminável.
Assim como há nazis.
Assim como há maus professores.
Assim como há maus funcionários públicos.
Assim como há maus juízes.
Assim como há maus varredores de ruas...eu não me nivelo por baixo, nem meto tudo no mesmo saco.
Os meus amigos Mabrouk, Salem, Slah e tantos outros, merecem viver como eu com a sua cultura, com o seu Corão, com o seu trabalho, com os seus sonhos. São árabes que respeito. Os árabes não me assustam. Como não me assustam os portugueses, os franceses, os italianos.
Os grupos nazis preocupam, sim.
Os apaniguados do sr. Le Pen, oui!
Os berlusconistas, veramente.
Os arruaceiros em qualquer lugar, sejam meninos bem de pele branca ou filhos de africanos emigrados, romenos, brasileiros, sem ocupação profissional, que matam, assaltam, roubam - esses detesto. Tal como os que fazem da violência o quotidiano, por vezes sem terem uma causa para a sua luta.
A Revolução Francesa teve uma guilhotina.
A República um regicídio.
Mas tudo isso foi o culminar de revoltas, de turbulências decorrentes de grande sofrimento dos mais desfavorecidos.
É incompreensível muita coisa actual.
Também é verdade que este Mundo está podre.
Mas eu não meto tudo no mesmo saco e hoje tive paciência para comentar, julgo que com delicadeza e elevação, porque apesar de tudo, a vida merece este olhar, mesmo que haja obstáculos, perdas, doenças.
Não quero viver com terrores, para isso basta o telejornal. Com os amigos, os verdadeiros, partilharei sempre o que é belo."

"O homem pode viver sem ciência e até sem pão. Não pode prescindir da beleza." (Dostoievsky, citado ontem pelo padre que celebrou a missa na Igreja de S, Isabel, durante as cerimónias fúnebres em honra de Rosa Lobato Faria).

Texto e imagem de LFM

5 comentários:

  1. Trovoada Do Vento Que Passa

    Pergunto ao vento que passa
    notícias do meu país,
    o vento diz que com cachaça
    fala quem pensa que sabe o que diz.

    Pergunto aos rios que levam
    tanto sonho à flor dos leitos
    e os rios já não negam
    que não conseguem levar os defeitos.

    Levam sonhos deixam mágoas,
    os rios da minha Nação,
    só não conseguem afogar nas águas
    os vulgarizadores da corrupção.

    Se o verde trevo desfolhas,
    pede informações e anuncia,
    sê patriota, não te encolhas,
    desmascara os parasitas da democracia.

    Pergunto à gente que passa
    por que vai de olhos no chão.
    A gente diz que para a desgraça
    a passa é a única solução.

    E o vento não me diz nada
    e o vento tudo consente,
    vendo a desgraça ampliada
    pelo papagaio da Independente.

    Vi florir os verdes ramos,
    para darem os frutos de cada estação,
    mas são todos usurpados
    pelos amigos da governação.

    E o vento não me diz nada,
    ninguém diz nada de novo
    com medo da canalhada
    que governa contra o povo.

    Vi o meu lema na margem
    do leito, onde deveria viajar,
    e com esta vadiagem
    o nosso futuro é mendigar.

    Vi faustosos veleiros a partir,
    recheados de consumismo,
    propriedade dos que conseguem sorrir
    com as aldrabices do socialismo.

    Há quem te queira ignorada
    e silencie a minha luta,
    querendo-te, Pátria, transformada
    não em mãe mas em puta.

    E o vento não me diz nada
    observando tanto acto furtivo,
    com medo de que esta canalhada
    tenha um lugar cativo.

    Ninguém diz nada de novo
    que faça acordar a alegria
    e que devolva ao povo
    os direitos da democracia.

    E a noite cresce por dentro
    dos cidadãos do meu país,
    emigrados para encontrar o sustento
    longe da sua matriz.

    Mas há sempre uma candeia
    dentro da noite nublada
    que o governo desincendeia,
    que o socialismo quer apagada.

    O que agora me deixa consumido
    é que surgiu um candidato decadente,
    considerado incapaz no seu partido,
    que de todos quer ser presidente.

    E eu pergunto ao vento envergonhado:
    quem é aquele politicão?
    O vento responde, revoltado,
    é mais um parasita da situação

    que na política nada fez de inteligente,
    promovendo a corrente que passa,
    iniciada pelo da Independente,
    que só aumenta a desgraça.
    Consulino Desolado

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  2. Muito menos ainda

    do sonho

    Abraço

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  3. Subscrevo e acrescenco que amo todos os Judeus e todos os Árabes que são pela paz!

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  4. A beleza contra o ódio.
    A denúncia dos que fazem do medo a arma contra a humanidade.
    Um abraço

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