tag:blogger.com,1999:blog-7827465.post7331230998364606038..comments2023-11-16T17:08:28.376+00:00Comments on aguas do sul: Mulheres MágicasUnknownnoreply@blogger.comBlogger2125tag:blogger.com,1999:blog-7827465.post-71374287397526350992010-01-14T22:14:01.409+00:002010-01-14T22:14:01.409+00:00Não há Sol maior do que aquele os nossos Amigos fa...Não há Sol maior do que aquele os nossos Amigos fazem brilhar! Que a nossa força lhes retribua também a luz e a esperança!Ezulhttps://www.blogger.com/profile/11489890936309909022noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7827465.post-59229146678778264542010-01-13T23:43:51.683+00:002010-01-13T23:43:51.683+00:00Luis,
As lutas, da minha companheira e a minha, t...Luis,<br /><br />As lutas, da minha companheira e a minha, têm sido muito difíceis. Ambos estamos a reaprender a viver ou a renascer e a comprender que a vontade de vencer os desafios é cada vez maior e mais atenta. Hoje quero partilhar alguns poemas dessa caminhada com a Vanda, Menina Mágica<br />Que tudo de bom nos aconteça, a todos.<br />Um abraço<br />José Filipe Rodrigues<br /><br /><br />O universo do amor<br /><br /><br /><br />“Dad, se a tua doença e a da minha mãe<br />piorarem e vocês ficarem<br />muito doentes e morrerem<br />eu vou ficar sozinho no mundo.<br />Nessa ocasião eu construirei um barco<br />e vou navegar só, em todos os oceanos.”*<br />Filho, não sei o que te dizer.<br />Apenas posso-te reafirmar<br />que tenho muita vontade de viver<br />e todo o mundo para te amar.<br /><br />* Nikolai Rodrigues, 5 anos<br /> <br /> <br /> <br />Estou aqui ao teu lado<br /><br /><br />Esta silhueta dispersa na claridade<br />sou eu, filho,<br />estou aqui ao teu lado.<br />Apesar de o horizonte parecer inclinado,<br />aquela luz que observamos no mar<br />não é do luar,<br />é do sol de alegria<br />que ilumina o nosso dia a dia.<br />Filho, eu estou aqui ao teu lado,<br />não fiques preocupado.<br /> <br /> <br /> Promessa<br /> <br /><br /><br />Os médicos, muito cautelosamente,<br />anunciaram uma nova guerra para eu combater<br />no presente: tens células anormais, tens “cancer.”<br />Com uma crença profunda nas estações da Vida,<br />acredito que vou ultrapassar este pesadêlo<br />que me desafia, mas não desanima. <br />Depois, prometo ir visitar Fátima, <br />apesar de não ser crente,<br />numa homenagem à fé que norteou<br />os meus avós, o meu pai e a minha mãe<br />nas batalhas da Vida e no meu crescimento,<br />e, prometo também,<br />amar os amigos que sobram<br />nesta minha viagem atribulada<br />na procura da alegria em cada alvorada.<br />Nunca busquei ouro ou glória, apenas paz.<br />Pouco aprendi, de quase nada sou capaz.<br />Hoje, os credos que rezo e canto,<br />acreditando na Vida, sem melancolia ou pranto,<br />não obedecem a bíblias ou alcorões,<br />apenas ao cérebro e aos dedos de cirurgiões.<br /><br /><br /><br /><br />Caminhada através da noite<br /><br /> <br /><br />Companheira de todos os meus passos,<br />hoje, quando escurece e se anuncia o inverno,<br />iniciamos juntos esta caminhada através da noite,<br />de mãos dadas, olhar decidido, em frente,<br />sempre em frente, na direcção do indefinido.<br />Os cirurgiões e oncologistas anunciam terapias<br />e estatísticas, muitas e variadas estatísticas.<br />As minhas certezas vêm do deus de todos os dias,<br />que se manifesta no perfume das flores,<br />no sorriso transparente das nossas crianças,<br />e nas cores incandescentes do amanhecer,<br />com uma fé única, que nunca se adultera,<br />de juntos acordarmos numa nova primavera.<br /> <br /> <br /> <br /> <br />Foram tantos nas preces para a sobrevivência<br /><br /> <br /><br />Hoje foi o teu dia,<br />o que esperamos ser o último<br />de quimioterapia.<br />Chegámos aqui juntos<br />depois de tantas descrenças e arrelias.<br />Tu com as cicatrizes das cirurgias<br />que nos envelheceram e conduziram-nos<br />à infância, com uma vontade nova<br />de acreditar nos sonhos e na vida.<br />Eu com estes carcinomas na tiroide<br />que nunca me assustaram.<br />Eu ressuscitei sempre<br />nos momentos de indefinição<br />em que morri,<br />de tédio e da ingratidão<br />dos que nunca entenderam as dádivas simples,<br />as crenças na solidariedade verdadeira.<br />Sabes, minha companheira,<br />eu ainda acredito nas pessoas<br />apesar de ter aprendido<br />o perigo e o castigo<br />de quando se faz uma festa a um cão<br />corrermos o risco de ele morder-nos a mão.<br />Mas vale a pena acreditar<br />nessa alegria enorme que é o dar<br />desinteressadamente, sem limitação.<br />Foram tantos os que nos acompanharam<br />nestes momentos de lágrimas e de esperança.<br />Foram tantos os que nos deram força e confiança.<br />Agora só pretendo acender uma vela<br />simbolizando a paz, em gesto de agradecimento,<br />para alumiar os nossos caminhos<br />e o dos nossos companheiros,<br />que fizeram de ti e de mim primeiros<br />nas preces para a sobrevivência.<br />A minha fé continua a nortear-se pelos amigos<br />e pela evolução da ciência.<br />Estranha coincidência:<br />o teu último dia de quimioterapia<br />coincide com o aniversário<br />do nosso filho, que agora iniciou a escola.<br />É extraordinário.Anonymousnoreply@blogger.com