sábado, fevereiro 24, 2007

José Afonso Faz (Muita) Falta



Estive no Coliseu, no derradeiro espectáculo. Não esquecerei.
Acompanhou-me em dias de sombra e névoa.
Aqui o relembro com um poema igualmente inesquecível e bem actual, porque os dias tornaram a ser de névoa e sombra:
Quando a corja topa da janela
O que faz falta
Quando o pão que comes sabe a merda
O que faz falta
O que faz falta é avisar a malta
O que faz falta
O que faz falta é avisar a malta
O que faz falta
Quando nunca a noite foi dormida
O que faz falta
Quando a raiva nunca foi vencida
O que faz falta
O que faz falta é animar a malta
O que faz falta
O que faz falta é acordar a malta
O que faz falta
Quando nunca a infância teve infância
O que faz falta
Quando sabes que vai haver dança
O que faz falta
O que faz falta é animar a malta
O que faz falta
O que faz falta é empurrar a malta
O que faz falta
Quando um cão te morde a canela
O que faz falta
Quando a esquina há sempre uma cabeça
O que faz falta
O que faz falta é animar a malta
O que faz falta
O que faz falta é empurrar a malta
O que faz falta
Quando um homem dorme na valeta
O que faz falta
Quando dizem que isto é tudo treta
O que faz falta
O que faz falta é agitar a malta
O que faz falta
O que faz falta é libertar a malta
O que faz falta
Se o patrão não vai com duas loas
O que faz falta
Se o fascista conspira na sombra
O que faz falta
O que faz falta é avisar a malta
O que faz falta
O que faz falta é dar poder a malta
O que faz falta

2 comentários:

  1. Que saudades do Zeca Afonso!!! No meu entender, o melhor cantor do 25 Abril 1974, ou seja, da Liberdade!...
    Abraço.

    ResponderEliminar
  2. Como sempre bem atento, o nosso amigo Luis, pertinente e carismático.
    Zeca Afonso, um marco na música portuguesa, na luta pela liberdade,
    e que nos faz falta, sim...
    Não haverá ninguém como ele... nunca mais.
    Aquele abraço Luis

    ResponderEliminar