quinta-feira, setembro 03, 2015

Indignidade

Perante a violência das notícias de todos os dias, com populações de diversos países, sobretudo da Síria, há muito a fugirem de guerras terríveis, da ameaça permanente dos fanáticos islâmicos, que a soldo de poderes "ocultos", espalham o terror e a ruína entre os vivos e no património milenar, esta manhã, as lágrimas explodiram em palavras. Desculpem, mas recuso publicar as imagens horríveis que os jornais abundantemente divulgaram. Pena é que não haja informação rigorosa, explicando que os recursos dos povos afrontados no seu quotidiano por bandidos subsidiados por impérios e guerras malditas que destroem gente e patrimónios, são fruto de sementeiras de vampiros, que têm nome, organizações terroristas que usam o alibi da defesa de um Ocidente apodrecido. E por aqui me fico. Deixo o grito.


O menino
afogou-se no mar hostil
deste tempo
apocalíptico.

O silêncio afunda barcos
impede a luz
mata esperanças.

A criança afogada
inunda as primeiras páginas
impedida de viver
pela brutalidade dum mundo
injusto e decadente.

O dia amanheceu
com o retrato cruel
da desumanidade
ferindo de morte
o sonho.


Luís Filipe Maçarico
3-9-15

6 comentários:

  1. Poemas soltos (II)
    Valquíria vem buscar este soldado da Paz

    De novo ontem ouvi uma notícia
    Sabem? Mais uma criança morreu
    Vem e vai um novo dia
    E mais alguém o não viveu

    Eu questiono: "E até quando?"
    Continuaremos cegos e surdos
    Mais um corpo está tombando
    Uma voz mais para o coro dos mudos

    Apenas mais uma nota de rodapé
    Somente menos um boletim de voto
    Menos um contribuinte, um explorado até
    Na última página vem a sua foto

    Um rosto que como tantos outros será esquecido
    Até alguém viver a mesma história
    E outros protagonistas assumam os papéis
    De escravos da morte que todos somos, bem o sabeis

    Mais um atentado aconteceu
    Mas continuásteis impávidos e serenos
    Mais um soldado da Paz que morreu
    Afastai-o Valquíria, dos obscenos terrenos.

    Marco Valente (El Mariachi, Vila Nova de Gaia, sem data)

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  2. A humanidade destrói-se a si mesma, ao fomentar estas guerras, e ao cortar abruptamente as vidas daqueles que deviam ser os mais protegidos, pois representam a continuidade da própria humanidade.
    Desejo que fisicamente esteja melhor, já que moralmente é difícil.
    Um abraço e bom fim de semana

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  3. Adorei o teu poema. Obrigada por o partilhares comigo. Vivemos uma época que que já não pode esconder mais o que se passa em alguns países, onde a guerra que neste existe é alimentada pelas armas que muitos países ditos civilizados lhes fornecem. Espero que estes homens mulheres e crianças encontrem um porto de abrigo para viverem. Um beijinho e um bom fim de semana.

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  4. O teu poema mostra-me a criança na praia, como não deveria ser! Não a brincar,a correr, a viver. Jaz assim, sozinho! Onde está a humanidade? Onde estão os homens? Onde ficou a solidariedade? Sem os braços seguros de sua mãe: Nada. Nada. Nada.
    Os senhores que vendem as armas ainda não tiveram tempo para parar com esta crueldade.
    Um abraço

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  5. O teu poema mostra-me a criança na praia, como não deveria ser! Não a brincar,a correr, a viver. Jaz assim, sozinho! Onde está a humanidade? Onde estão os homens? Onde ficou a solidariedade? Sem os braços seguros de sua mãe: Nada. Nada. Nada.
    Os senhores que vendem as armas ainda não tiveram tempo para parar com esta crueldade.
    Um abraço

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  6. Que chovam relâmpagos

    os mais silvestres

    Abraço

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