Não posso adiar o amor para outro século
não posso
ainda que o grito sufoque na garganta
ainda que o ódio estale e crepite e arda
sob montanhas cinzentas
e montanhas cinzentas
Não posso adiar este abraço
que é uma arma de dois gumes
amor e ódio
Não posso adiar
ainda que a noite pese séculos sobre as costas
e a aurora indecisa demore
não posso adiar para outro século a minha vida
nem o meu amor
nem o meu grito de libertação
Não posso adiar o coração António Ramos Rosa
Viagem através duma nebulosa (1960)
Antologia poética
Encanto essa tua mão que descansa no apoio da janela do comboio que te leva a lugares onde és tu e fazes o mundo, os lugares. Alpedrinha, onde vais estar amanhã, é um caso de Amor não adiado, é um dos teus lugares.
ResponderEliminarBoa viagem meu amigo!!!... para Alpedrinha ou para qualquer lugar onde consigas ir fazer um pouco melhor o mundo só porque és tu. Assim te senti, sempre.
Abraço meu
Jingã
Belmi
Não se pode adiar o amor, o coração, esperança e a obra.
ResponderEliminarParabéns pela apresentação dos "Cadernos..." em Mértola (o cenário estava lindo de branco).
Parabéns também por todos os que colaboraram com livros, alegria e palavras nessa nossa terra alentejana: esse coração não adiado.
Abraço amigo Luis.
Gosto imenso de António Ramos Rosa.
ResponderEliminarObrigada pela partilha.
Um abraço